sexta-feira, 17 de março de 2023

Golpe do motoboy: como funciona e como se prevenir dessa fraude bancária.

O "golpe do motoboy" tem ganhado cada vez mais destaque na mídia nacional, preocupando principalmente idosos. Nesse tipo de fraude bancária, os estelionatários ligam para as vítimas se passando por funcionários do banco ou da bandeira do cartão de crédito, informando sobre transações suspeitas com o cartão e sugerindo o cancelamento imediato. Para isso, pedem que a vítima entregue o cartão a um motoboy designado pelo banco.

 

Quando um cliente se depara com um estranho débito em seu cartão de crédito, ele pode sentir-se imediatamente ameaçado. É exatamente isso que os fraudadores exploram, oferecendo uma solução aparentemente rápida e segura. O estelionatário informa que o cartão de crédito foi vítima de uma fraude, tranquilizando o cliente de que tudo será resolvido em breve. Mas, ao invés de ajudar, o fraudador está apenas começando seu golpe.

 

Com táticas enganosas, o fraudador sugere que a vítima ligue para a central de relacionamento do banco imediatamente, a fim de cancelar a transação e impedir que novos débitos sejam feitos. Infelizmente, isso é apenas uma armadilha cruel. Os bandidos interceptam a ligação, redirecionando-a para um call center falso que imita o do próprio banco da vítima. Com isso, os fraudadores podem colher informações pessoais valiosas, como senhas e números de cartão.

 

Muitas vezes, a vítima não percebe que está sendo enganada, pois a falsa central de atendimento é quase idêntica à verdadeira. Sem perceber que está em perigo, o cliente digita suas senhas, acreditando que está protegendo seus dados. Infelizmente, isso é tudo o que os fraudadores precisam para roubar a identidade da vítima e causar danos financeiros significativos.

 

Portanto, é importante que os consumidores fiquem atentos e desconfiem de qualquer solicitação de informações pessoais por telefone. Antes de fornecer quaisquer dados, certifique-se de que está falando com um representante legítimo do banco e nunca forneça informações confidenciais por telefone ou por e-mail. A prevenção é a melhor defesa contra o golpe dos falsos call centers.

 

É importante que você siga algumas recomendações simples para evitar que sua vida financeira se torne um caos. Primeiro, lembre-se que nenhuma instituição financeira solicitará que você entregue seu cartão a um motoboy, muito menos fornecerá seu número de telefone. Além disso, verifique sempre se o número que está ligando é realmente da central de atendimento do seu banco. Não confie em números fornecidos por e-mail ou por mensagens de texto.

 

Outra dica importante é nunca fornecer senhas ou códigos a terceiros. Os bancos não solicitam informações sensíveis por telefone, muito menos senhas. Caso você tenha recebido uma ligação suspeita, não hesite em entrar em contato diretamente com a central de atendimento do seu banco e informar sobre a situação.

 

É importante destacar que a relação entre correntistas e as instituições financeiras é regulada pelo Código de Defesa do Consumidor, que prevê a responsabilidade objetiva das instituições financeiras pelos serviços prestados ao correntista.

 

Some-se a isto o fato de que os golpistas realizam múltiplas transações com o cartão da vítima em curtíssimo lapso temporal. Estas transações, na maior parte das vezes, destoam completamente do perfil de consumo do cliente. Em meu sentir, compras discrepantes com o perfil do consumidor, quando autorizadas pelo banco sem nenhum tipo de alerta eficaz, também configuram uma falha na prestação do serviço.

 

A combinação de todos estes fatores é mais do que o suficiente para a afastar a aventada hipótese de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros; em consequência, as instituições financeiras são obrigadas a ressarcir eventuais prejuízos de clientes que foram vítimas do "golpe do motoboy", especialmente quando há vazamento de dados sigilosos do cliente e quando as compras são dissonantes do perfil de consumo da vítima. 

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